No final da década anterior, em 2019 e 2020, o as exportações da indústria de defesa russa atingiram, em média, US$ 15 bilhões por ano. Representaram então uma importante fonte de divisas para o orçamento federal e a primeira atividade industrial exportadora do país.
Para apoiar essas exportações, as empresas russas contam cada vez mais com a feira do Exército, que acontece todos os anos perto de Moscou e cujo público tem crescido consideravelmente nos últimos anos.
Queda de 70% nas exportações da indústria de defesa russa na feira Army-2023
Assim, a edição de 2021 da feira permitiu que os fabricantes assinassem mais de US$ 2 bilhões em contratos de exportação, mas também para apresentar com grande alarde alguns novos programas, como o Caça leve Su-75 Checkmate.
Nos últimos dois anos, no entanto, as exportações militares russas estiveram em queda livre, como evidenciado pelo anúncio da Rosoboronexport no final da exposição Army-2023. Com efeito, nesta edição com o objetivo de relançar a dinâmica das exportações militares russas, a entrada de pedidos atingiu apenas US$ 600 milhões, 70% a menos que em 2021.
Várias razões explicam esta descida ao inferno das exportações russas neste campo, cujo início pode ser encontrado a partir de 2019, entre as consequências da guerra na Ucrânia e a legislação americana da CAATSA,
A campanha militar iniciada em 24 de fevereiro de 2022 pelos exércitos russos contra a Ucrânia, que inicialmente deveria durar apenas alguns dias, ou mesmo algumas semanas, teve de fato uma grande influência nessa situação.
As repercussões da Guerra na Ucrânia nas exportações russas de defesa
Em primeiro lugar, o impasse do conflito e as perdas consideráveis, tanto em homens como em material, registadas pelos exércitos russos, obrigaram as indústrias russas a concentrar a sua produção para regenerar os meios russos, sacrificando para isso os contratos de exportação.
Assim, os contratos de entrega múltipla foram suspensos, inclusive com relação a determinados clientes tradicionais e estratégicos da indústria de defesa russa, como Índia, Argélia ou Vietnã. Como resultado, até mesmo os clientes fiéis se afastaram das ofertas nesse setor, como mostra o despejo de ofertas russas de muitas competições, principalmente na Índia, em favor de equipamentos ocidentais.
O desempenho das forças armadas russas na Ucrânia, principalmente no início do conflito, provavelmente influenciou a antipatia desses clientes por equipamentos militares de fabricação russa. Isso é particularmente sensível no campo dos sistemas de artilharia, obviamente superados por seus equivalentes ocidentais, veículos blindados ou sistemas terra-ar.
Assim, muitos sistemas de armas que até então gozavam de uma reputação lisonjeira, como os sistemas antiaéreos S-400 ou Pantsir S, o tanque T-90M ou o caça-bombardeiro Su-34, mostraram limitações óbvias durante este conflito. Sem poder ser efetivamente quantificado, é provável que a imagem do equipamento militar russo no cenário internacional tenha ficado permanentemente manchada na Ucrânia.
A ascensão da legislação CAATSA
Em 2017, o Congresso dos Estados Unidos aprovou o Countering America's Adversaries Through Sanctions Act, abreviado como CAATSA, assinado em 2 de agosto de 2017 pelo presidente Trump. Isso permitiu que o executivo e o Congresso dos EUA sancionassem estados como indivíduos e empresas por terem adquirido certos equipamentos estratégicos de adversários dos Estados Unidos, como Coréia do Norte, Irã e Rússia.
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