A Europa pode pôr fim à guerra na Ucrânia?

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Semana passada, uma análise publicada pelo think tank Rand Corporation estudou os riscos associados à extensão a longo prazo do conflito ucraniano, bem como as soluções que poderiam ser apresentadas por Washington para os conter. Tal como a maioria dos estudos publicados pela Rand, este foi muito relevante, documentado e objetivo, tanto no diagnóstico como nas soluções recomendadas. Contudo, isto partiu de um postulado básico que exige uma certa cautela quanto à aplicabilidade dos resultados apresentados: na verdade, este estudo apenas estudou o conflito na Ucrânia do ponto de vista da ação de Washington e das suas consequências para os Estados Unidos. E como aplicamos a mesma metodologia do ponto de vista europeu, as conclusões, mas também os riscos e as soluções recomendadas para os controlar, diferem significativamente.

Primeiramente é necessário separar o que há de comum entre os dois pontos de vista. Assim, o risco de o conflito descrito na análise americana ficar atolado continua a ser muito significativo, seja qual for o ponto de vista. Na verdade, está em grande parte ligado ao mudança de postura de Moscou na condução desta guerra, por ter passado, em meados do verão, da gestão tática de uma operação militar especial para a gestão estratégica de um conflito crítico que mobiliza todos os recursos do país, e pela ausência de contestação na opinião pública russa. Da mesma forma, os dois riscos estratégicos descritos na análise da Rand, nomeadamente o risco de ultrapassar o limiar nuclear, e o de extensão do conflito para além das fronteiras ucranianas, com possível envolvimento da NATO, são os mesmos, quer observados a partir de Washington ou de Paris, Roma ou Varsóvia.

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A China e o desenvolvimento das suas ferramentas militares representam hoje a principal preocupação do Pentágono, muito mais do que a Rússia e a Ucrânia.

Contudo, um terceiro grande risco diz respeito directamente aos europeus, e muito menos aos americanos, a tal ponto que não aparece na análise de Rand. Na verdade, uma das ameaças críticas ao futuro da Ucrânia, e ao reforço considerável da ameaça russa aos países europeus que uma derrota ucraniana implicaria, não é outra senão a possibilidade de uma retirada ou de uma redução significativa da ajuda militar americana concedida para Kiev. Este risco pode ser a consequência de uma mudança democrática em Washington, por exemplo se Donald Trump vencer as eleições presidenciais de 2024, ou resultar do aparecimento de novos conflitos ou riscos de conflitos que ameacem directamente os interesses americanos muito mais do que a crise ucraniana, como por exemplo, em caso de conflagração no Médio Oriente em torno de um conflito israelo-iraniano, ou no Pacífico, se Pyongyang desencadeasse hostilidades com a Coreia do Sul, ou se Pequim iniciasse uma invasão de Taiwan. Embora a ajuda militar dos EUA represente 70 a 80% de toda a ajuda militar ocidental a Kiev, a resistência ucraniana aos exércitos russos ficaria obviamente muito ameaçada se esta ajuda americana acabasse.

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