Sabemos disso, depois dos fracassos na Suíça, Finlândia e Canadá, três países que hoje utilizam o F/A-18 Hornet, o contrato alemão referente a 30 F/A 18 E/F Super Hornets e 15 aeronaves de guerra aérea E/ O A-18G Growler para substituir o Tornado dedicado à missão nuclear da NATO e o Tornado ECR para a guerra electrónica, assumiu uma dimensão mais que estratégica para a Boeing, para a qual a sustentabilidade da cadeia de montagem do dispositivo durante 3 anos. Contudo, este contrato encontra-se hoje ameaçado por vários factores, nomeadamente a firmeza do Pentágono em não qualificar a nova bomba nuclear B-61-Mod12 utilizada pela NATO para dispositivos diferentes dos inicialmente previstos, inclusive o Super Hornet não fazia parte dela. Na verdade, o novo governo alemão anunciou que iria reavaliar a oportunidade de encomendar 45 caças-bombardeiros da Boeing, sugerindo que poderia recorrendo ao F-35A para a missão nuclear, bem como uma versão de guerra eletrônica do Typhoon.
De momento, as autoridades alemãs têm-se mantido muito evasivas nestas arbitragens, especialmente porque a participação da Luftwaffe na missão nuclear partilhada da NATO está longe de ser um assunto popular no país, ainda mais numa coligação onde os Verdes representam o segunda força política. A ameaça foi, no entanto, considerada suficientemente significativa em Seattle, sede da Boeing, que acaba de apresentar um ambicioso plano de compensação industrial caso Berlim respeitasse a sua arbitragem inicial. Assim, o fabricante de aeronaves americano oferece às autoridades alemãs produção partilhada representando 3,5 mil milhões de euros em encomendas para a indústria aeronáutica alemã, para uma encomenda total que deverá atingir os 10 a 12 mil milhões de euros, de acordo com as nossas estimativas. De momento, porém, a lista de potenciais parceiros para estas compensações industriais não foi definida.
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