Há 2 anos, o Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos iniciou uma reflexão profunda sobre a natureza da sua missão nos próximos anos e sobre os meios que deverá ter à sua disposição para a levar a cabo com sucesso face a um adversário tecnologicamente avançado e com recursos militares significativos, como o Povo Chinês Exército de Libertação, tudo num contexto orçamental que está, na melhor das hipóteses, congelado e, na pior, decrescente. Os primeiros avanços nesta reflexão surgiram durante a publicação, no ano passado, douma nova doutrina de intervenção para o Corpo, baseado em unidades mais pequenas, muito mais móveis e ágeis, actuando numa bolha de informação cooperativa que permite ao inimigo ser atingido onde não o espera, e deixá-lo atacar onde não resta ninguém. Por outras palavras, para o Estado-Maior do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA tratava-se de inspirar-se nos métodos operacionais das forças especiais e no famoso Hit & Fade, para atacar e desaparecer, para ganhar vantagem sobre o “oponente”.
Para além da doutrina, o Corpo também modificou profundamente a sua organização, eliminando as suas unidades de tanques pesados herdadas de uma época em que intervinha principalmente como uma força de infantaria clássica, como no Iraque ou no Afeganistão, e a maioria das suas unidades de artilharia, ao mesmo tempo que se envolvia em o desenvolvimento de sistemas de armas adaptados a esta nova doutrina, como em o caso do navio de guerra anfíbio leve, navios com pouco mais de 60 metros de comprimento, capazes de transportar e desembarcar 75 fuzileiros navais com seus equipamentos, e com alcance de 3500 milhas suficiente para viagens na zona do Pacífico. Mas, para além das transformações orgânicas em curso e de alguns programas identificados no Quick-Win para responder à ameaça chinesa, o futuro tecnológico do organismo ainda continua por determinar.
Como prova, o cancelamento da substituição dos veículos blindados anfíbios leves LAV-25 por veículos similares, o Estado-Maior passou a considerá-los muito vulneráveis ou inadequados às necessidades, seja na versão sobre lagartas ou 8×8, em comparação com outros sistemas usando, por exemplo, robotização. Mas se o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA sabe o que está errado, ou mais, ele continua incapaz, hoje, de definir o que realmente vai precisar para este tipo de missão nos próximos anos, pois os parâmetros são numerosos e a tecnologia é flutuante e rápida. Vindo do Exército que inspirou estes últimos meses novas doutrinas britânicas et australiano, há motivos para questionar a adequação entre os atuais programas de defesa industrial e as necessidades futuras, ou a própria possibilidade de projetar equipamentos hoje com uma data de entrada em serviço superior a alguns anos.
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